segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O negócio é rir deles

É claro que rir de desgraça alheia é feio. Ainda assim, do jeito que as coisas têm se apresentado neste segundo semestre, minhas maiores alegrias futebolísticas têm sido me divertir com eles. Ou seria deles? Antes de mais nada, eu diria que começamos o ano bem. Vice do Brasileirão 08, deixamos o Gauchão pra eles e focamos na Libertadores. Em função dela, da Libertadores, não jogamos a Copa do Brasil. Deixamos o torneio pra eles, afinal, temos 4 destes canecos em casa. Só que eles, mal agradecidos, acabaram deixando pro Mano. No Gauchão, eles iam de vento em popa. Avassaladores. Goleada e mais goleada. Despontavam como “o timaço” de 2009. Equipe dos muitos gols, das promessas que vingavam, “carrossel”, mais rico das Américas, bla, bla, bla, whyskas sachê. Rondonópolis! Levaram um sopapo do glorioso Rondonópolis, com time titular e tudo! Qua qua qua, começou aí o ano da piada pronta. Enfim, se restabeleceram e chegaram à final depois dos quase tombos contra os gloriosos Coritiba (este mesmo que sapateou ontonti diante deles) e Flamengo. Contra o Curintia, confiavam piamente no título, apesar de assumirem uma espécie de “respeito” todo especial ao Mano Menezes. Se cagavam de medo do Mano, essa é a verdade. Eles têm trauma de Mano, o cara que já nos fez vencer Gauchão em cima deles com dois empates. Aquilo também foi piada, ainda bem que quem riu fomos nós. Enquanto tudo isso acontecia, liderávamos a Libertadores. Campanha impecável, pouquíssimos gols sofridos, Celso Juarez Roth fazendo o que havia sido combinado com a diretoria: foco total na Libertadores. A combinação só não se deu conosco, a torcida, que não perdoou três derrotas em Grenal, apesar de termos jogado muito bem dois deles. Enfim, Roth caiu pela pressão popular. Os jogadores estavam fechados com ele e não queriam que saísse. Rospide ia bem na interinidade, esperando o todo cheio de pedigree Paulo Autuori. Acredito em Autuori e acho que a culpa dele na Libertadores é mínima. No Brasileiro 09, este Brasileiro em que não deslanchamos nunca, em que não vencemos fora do pago, já acho que ele tem certa culpa pela má campanha. Ainda assim, penso que o hômi tem que ficar. Tombo na Libertadores, então. Nos quedamos entre os quatro, o que não é tão ruim, mas ainda é ruim. Aí quem riu da gente foram eles. Mas faz parte, a gente tinha dado risada deles um dia antes também. E muito. Começa o Brasileirão 09, todo mundo apostando suas fichas em Cruzeiro, São Paulo e neles, é claro. Nosso tricolor corria por fora, apesar da boa campanha na Libertadores. Mas se falava em ambiente tumultuado, falta de treinador, etc... Então, dada a largada, lá foram eles, pocotó, pocotó, pocotó, cavalinho disparou na frente e... Opa! Paraguaio!!! Celso Juarez Roth, quem diria, mais uma vez está à frente deles. Agora, até o ponto G perderam. Como as coisas não se endireitam pelo lado azul, vamos rindo da crise que acomete o coirmão. Se perderam em meio a empresários cheios de dólares, em meio à ganância e à petulância. Tudo na ânsia. Ânsia de ganhar o Brasileirão. Quando tomaram do Ronáldo (!) ouvi muitos deles dizerem: “Brasileiro é obrigação”. Qua qua qua... obrigação o que? Chegar entre os quatro?Nem a obrigação os ricaços têm feito. Nós também não deixamos por menos. Quando tudo parece que vai andar, o troço freia. O campeonato vai indo, indo, indo, e quando a gente vê, iu. Enquanto eles pagam micos, como na Sulamiranda, este nobríssimo campeonato que havia até me esquecido de destacar, nós seguimos a sina de perder fora. Ou, enquanto eles pagam outros micos, como ganhar a Suruga, nós seguimos a sina de perder fora. Enquanto eles pagam micos, como perder em casa, perder fora, demitir treinador, chamar aquele do armário, etc, nós damos risada. E não damos risada porque estarmos bem, mas porque a coisa por lá anda feia, ao que tudo leva a crer, pior. É brabo se contentar com pouco, mas pelo menos hoje quem está se divertindo mais somos nós. Quem sempre tem um feito risível novo são eles. Os nossos são os de sempre, os mesmos desde o começo do Brasileiro 09. Nós já demos risada de quase tudo. O bastião que nos resta, ainda, é não perder em casa há mais de ano. Disso eles não podem rir. No mais, parece que anda passando pelo RS uma onda de gás hilariante, onde as maiores felicidades têm sido a desgraça alheia. Ainda bem que o tubo, agora, está conosco... rarará! Dar umas baforadas, me voy.

Por:Ricardo Lacerda

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