quinta-feira, 13 de maio de 2010

Não ta morto quem peleia


O que o Olímpico viu na noite desta quarta pode ter sido um dos últimos jogos que entrarão para a história do estádio. O Grêmio encarou o Santos pela primeira semifinal da Copa do Brasil em um partidaço. Depois de largar perdendo no primeiro tempo, fez quatro gols no segundo tempo. André fez os gols santistas nos 45 minutos iniciais. Mas Borges (três) e Jonas garantiram a virada. Robinho descontou no fim
A igualdade de forças na queda de braço entre as duas melhores campanhas na temporada não passou de 15 minutos. O Grêmio se apresentou para o jogo no 3-5-2, com Hugo na ala-esquerda, Mário Fernandes na zaga e Edílson pela direita.
Não funcionou conforme o esperado, se a ideia era surpreender. Douglas ficou sem parceria para a criação, Hugo se apagou por um setor em que já disse não gostar de atuar. Enquanto isso, o Santos puxava os contra-ataques e ditava um ritmo forte do meio para frente, com Ganso, André, Robinho e Marquinhos — que substituiu Neymar, suspenso. Na defesa, Durval e Edu Dracena foram superiores à dupla Jonas e Borges.
Mas o time de Dorival Junior começou a abrir a caixa de ferramentas e repertório de jogadas aos 15 minutos da etapa inicial. Escanteio cobrado da esquerda de ataque por Marquinhos, com efeito, deixou Victor indeciso se saía para tentar espanar a bola ou não. André não teve dúvida. Cabeceou na altura do segundo poste, estufou as redes.
O Grêmio em campo sentiu, e o Grêmio fora de campo, a torcida, também. Silêncio no Olímpico. E não teve chance de reação. Douglas, na tentativa de fazer um lançamento para Hugo na esquerda, teve a bola roubada por Ganso, um maestro.
O meia santista deu passadas largas pelo círculo central, tendo a bola dominada, e colocou André de frente para o gol. O atacante bateu fora do alcance de Victor e estabeleceu o 2 a 0 no placar.
A partir disso Silas passou uma borracha no 3-5-2. Mário veio para a lateral, Edílson foi para a esquerda e Hugo reapareceu como meia. A reação do Grêmio veio, mas parou no goleiro Felipe. Na única vez que a zaga furou, cometeu pênalti.
Willian Magrão foi derrubado por Durval. Jonas se apresentou, bateu no meio do gol e Felipe defendeu. No rebote, Edilson mandou para a linha de fundo.
O Grêmio ainda teve chances com Adilson e novamente com Edilson, em cobranças de falta. Felipe foi impecável na defesa.
Parecia tudo perdido. Santos é o time do momento, melhor ataque do Brasil na temporada, meninos da Vila Belmiro abriram boa vantagem no primeiro tempo. Parecia. Bastaram 22 minutos na etapa final para tudo virar, mas tudo mesmo. Sem fazer alterações no time, o time de Silas cresceu. Pesa aí também o fato de o Santos ter voltado para o jogo "desacelerado". Melhor para o Grêmio que começou a partir disso a reação.
Bastaram 10 minutos para que o Grêmio descontasse. Borges aproveitou rebatida da zaga do Santos e bateu da pequena área. Oito minutos depois, Borges de novo. Em um contra-ataque fulminante puxado por Douglas, pelo meio. Ele abriu na direita para o avanço de Jonas, que rolou a bola cruzada na área, rasteirinha. Borges só encostou e igualou o marcador.
Não parou por aí. O Grêmio viu que era possível e seguiu em cima. Jonas recebeu na intermediária, olhou para Felipe e bateu no ângulo aos 22 minutos. Enfim o 3 a 2 e o Grêmio havia construído a virada. Os meninos de Dorival Júnior estavam só na defesa, Ganso havia sumido. O treinador, inclusive chegou a queimar substituição colocando Rodrigo Mancha no lugar de Marquinhos. Minutos depois tirou Mancha e colocou Rodriguinho.
E o Grêmio ainda tinha mais a apresentar. Jonas começou a joagda pela direita e inverteu para Hugo na esquerda. A bola voltou para o atacante, que viu o ingresso de Borges na área. O centroavante não perdoou e bateu no canto de Felipe aos 30 minutos.
Mas Santos tinha Robinho. Num lançamento aos 37 minutos, em lance normal, dominou no peito dentro da área e bateu para descontar no placar: 4 a 3.

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