Corrida pra Vencer o Diabetes

Mesmo com o frio e a garoa fina que caiu sobre Porto Alegre durante a manhã de ontem, cerca de 4,5 mil pessoas participaram da 12 edição da Corrida para Vencer o Diabetes, promovida pelo Instituto da Criança com Diabetes (ICD). Gremistas e colorados andaram lado a lado durante o percurso de 4,5 quilômetros, em um exercício de solidariedade.
A largada ocorreu por volta das 10h, na avenida Goethe, na altura da passarela do Parcão, que se coloriu com balões para receber os participantes e suas famílias. Até domingo, havia sido contabilizada a venda de mais de 30 mil camisetas. Os corredores recebiam o material decorado com distintivos do Grêmio ou do Inter no momento de sua inscrição. "O evento representa desenvolvimento para o Instituto da Criança com Diabetes", declarou a gerente executiva da instituição, Maria Tereza Brenner Lima.
O projeto contempla o atendimento de crianças e adolescentes com a doença e assistência para familiares. O valor arrecadado com as camisetas, que deverá ultrapassar os R$ 300 mil, representa de 50% do orçamento do órgão, segundo Maria Tereza. Mais de R$ 1,8 milhão foi arrecadado nas edições anteriores - a construção do ICD foi possível com o valor arrecadado nas cinco primeiras promoções.
A receita obtida é toda destinada à instituição, já que o custo da organização da prova fica a cargo dos patrocinadores. "Todo o investimento tem como objetivo oferecer aos pacientes tecnologia de última geração em aparelhagem, novas técnicas de tratamento e os melhores insumos", destacou o diretor-presidente do ICD, Balduino Tschiedel. "Sabemos também que muitos diabéticos sofrem na espera de receber recursos do governo", afirmou. O instituto trabalha atualmente no atendimento a 2 mil pacientes. Em sua estrutura, o ICD conta com ambulatório, gabinetes odontológicos, salas de aula e uma brinquedoteca.
O prefeito José Fortunati compareceu ao evento e salientou a importância do ICD. "Somente uma instituição dessa envergadura agrega gremistas e colorados juntos, visando à solidariedade", disse. O medalhista olímpico pela seleção masculina de vôlei Paulão também estava presente. "Quem ganha é a sociedade, que proporciona a essas crianças mais qualidade de vida", disse.
Para quem participou da prova, o clima era de festa, já que a vitória é de quem necessita do tratamento. Everton Mello, por exemplo, comparecia pela primeira vez e ressaltou a importância da iniciativa. "Quero poder colaborar com a causa", declarou. Já Florismundo Soares Ferreira, de 60 anos, que tem um filho diabético e já é veterano em participações, explicou: "Vale a pena acordar cedo e ajudar diversas pessoas que não teriam condições de acesso a um tratamento adequado".
Na chegada, os corredores recebiam uma banana e uma bergamota para repor as energias. Em barracas localizadas na avenida, a população podia realizar testes de glicose e pressão. As crianças dispunham de um espaço específico para brincar. O crocodilo inflável gigante, o "croco", fez sucesso.